PORTUGUÊS
(english version above)
“O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem.
Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.”
Fernando Pessoa
Sempre pensei que só mais tarde iria conseguir perceber o significado de determinados gestos. Sempre pensei que só mais tarde saberia apreciar mais profundamente o dom da vida e ter mais claro o seu propósito.
Só mais tarde iria conseguir estar preparada para tomar determinadas decisões, para saber optar de modo consciente e profundo.
Só mais tarde, depois de saber quem sou, poderia construir algo com alguém.
Nunca consegui seguir a corrente e os passos naturais em que se confunde o conformismo com a existência de sentimentos, em que se confunde o tempo passado com a qualidade ou profundidade das relações, em que se confunde as opções do sistema com as nossas vontades.
Nunca acreditei na competição. Na discussão. No poder. Na hierarquia.
Sempre acreditei fazer algo que fosse transparente, em que eu conhecesse os principios, os meios e os fins.
Sempre acreditei no valor dos gestos simples, positivos. Na abertura de espirito e na criatividade como factores de inspiração para construir a partir do zero.
Sempre acreditei no valor dos valores e acima de tudo valorizei os processos.
Sempre acreditei na cooperação. Sempre a procurei.
Mas o mais tarde chegou agora e se encontrei a paz dentro de mim, continuo a procurá-la nos outros, na comunidade. Continuo sem perceber muito bem o que ela significa para os outros, e como é possível que com tanto conhecimento tecnológico, cientifico, continue a falhar a importância que as pessoas dão umas às outras, a forma como se tratam, a facilidade com que julgam o outro, o ritmo que impede que a comunicação flua e que as situações complexas possa ser compreendidas, o ruído que abafa os pensamentos, as atitudes e os gestos e distancia o Homem da Natureza, dos outros e acima de tudo de si próprio.
Mas aprofundar essa relação consigo próprio, não significa tornar-se individualista, nem dar voz ao seu próprio ego, ou viver para consumir bens e emoções. Ou para do alto da sua sabedoria continuar a julgar e a classificar o mundo, e esquecer o significado das coisas simples.
Significa saber ouvir á nossa voz interior e termos a coragem de seguirmos os caminhos que ansiamos, as pessoas que admiramos, e fazer o melhor que podemos a cada momento e quando não podemos, crescer, seguir em frente, porque o erro, a imperfeição, a diferença fazem parte.
E quanto mais dificil o cenário se torna, mais nos regozijamos com as pequenas sortes no meio das tempestades. Melhor apreciamos os pequenos e os grandes gestos de preocupação, de apoio, de carinho e de sinceridade,,mais precisamos de nos agarrar aos nossos valores: a coragem, a determinação, a rectidão, o respeito, a honestidade, a humildade, o riso, a sensibilidade, a paz.
Eu que sou ninguém, uma formiguinha no universo imenso atravessando um periodos mais dificeis da minha vida,continuo a acreditar que há sempre um caminho para cada um de nós, onde todos somos gurus, todos somos importantes não só para quem nos é ou está próximo fisica ou emocionalmente, porque a vida é feliz, desde que aprendamos a construir com as pedras do caminho, a construir com o que o contexto nos oferece, mas sobretudo ouvindo o nosso coração, sabendo qual é a nossa verdadeira natureza, ter no amor a confiança, a inspiração, buscando em nós próprios o nosso porto de abrigo.
E sentir-me bem comigo própria permitiu que o mais tarde chegasse!
Porque um dia percebi que tinha de percorrer o caminho sozinha para me conhecer, para perceber o quais eram os valores fundamentais e como gostaria de vivê-los e pô-los em prática.
Estico a passadeira vermelha para que todos desfilem. A vida é abundância mesmo quando não parece...
Os melhores dias ainda estão para vir!...Porque o primeiro passo é sempre meu! E os outros são o reflexo de mim própria.
ENGLISH VERSION
LOVE FEAST
“The value of things is not on its duration, but on the intensity of the happenings. That’s why there are unforgettable moments, unexplainable things and incomparable persons “.
Fernando Pessoa
I’ve always thought that only later on in the future I’d be able to understand the meaning of certain gestures.
I’ve always thought that only later on I’d learn how to truly appreciate the gift of life and to make clear its purpose.
Only later on I would be ready to take certain decisions with a deeper conscience.
Only later on, after knowing who I’m, I could build something with someone.
I was never able to follow the mainstream and the natural steps of the ones who get confused between conformism of feelings and being true to their hearts; of the ones who get confused between passed time and deep quality relations, of the ones who get confused among the choices of the system and their own will.
I’ve never believed in competition. In arguments. In power. In hierarchy.
I’ve always believed in working with transparency, in places where I’d know the principles, the means and the objectives.
I always believed in the significance of simple and positive gestures. In the openness of the spirit and in creativity as conditions for inspiration and tools that allow us to built always something from scratch.
I’ve always believed in the significance of values and validation of processes above all.
I’ve always believed in cooperation. I’ve always search for it
But later on has arrived now and if I was able to find some peace inside me, I still search for it in the others, in the community. I still don’t understand very well what peace means to the others, and how is it possible that after such technological and scientific knowledge, there’s still a lack of significance on the daily human gestures, on the importance of life and an easiness of judgment towards the other, the rhythm that doesn’t allow the flow of communication and the understanding of complex situations, the noise that hides the thoughts, the attitudes and the gestures and distances Mankind from Nature, from the others and above all from the self.
To deepen this relation with the “Self”, doesn’t mean to become individualist, neither to give voice to the Ego or to live for the consumption of Goods and Emotions. Or to continue judging and classifying the world forgetting the significance of simplicity.
It means to know how to listen to our inner voice so we can have the courage to follow our wished paths or people we admire, and to do the best we can at each moment and whenever we can’t to grow and pursuit, because error, imperfect and difference are part of the way.
As the paths become harder, the better we enjoy the small victories. The better we enjoy small and big gestures of concern, support, kindness and honesty. The more we make use of values like courage, resolution, responsibility, respect, honesty, humbleness, smile, sensitivity and peace.
I’m nobody, a small ant in the infinite universe going through one of the hardest moments of my life, and I still believe there’s always a path for each one of us, a role where everybody is a guru. We are all important to each other and not only for the ones who we are close to physically or emotionally, because life is HAPPY, if we learn how to built it with the stones we get on the way, to built with what the context is offering, but above all by listening to our heart, knowing our true nature, having in love our trust and inspiration, finding the shelter in ourselves.
And now feeling good with myself has allowed the arrival of later.
Because one day, I knew that I had to go on my own so I could better know myself, to understand my fundamental values and how to put them in practice and live in accordance.
I put on the red carpet so everybody can walk in. Life is abundance even when it doesn’t seem like it....
The better days are yet to come! Because the first step is always mine! And the others are always the reflection of me!